Protagonismo X Imediatismo
Quem é o protagonismo em um filme ou livro?
O que acontece com ele?
Nós acompanhamos sua jornada, emoções vitorias frustrações,..
Acaba o filme ou o livro e acaba nossa jornada com aquele personagem …
As vezes temos saudades, queremos saber mais, pois a vida segue e a jornada tem muitos outros tópicos de curiosidade que gostaríamos se acompanhar. Seja um romance ou uma historia real, a curiosidade persiste.
Mas temos outro protagonista muito importante, que acompanhamos diariamente as vezes sem prestar muita atenção,
Por vezes em um modo meio automático.
Quem já me conhece
Já sabe de quem estou falando.
Isso mesmo
De cada um de nós.
Esse formato meio automático nos priva do processo.
No filme e no livro o mais legal é o processo, cada etapa, acontecimento…. A curiosidade é cativante.
Mas, em nossa história parece que só queremos o final. A colheita, a formatura, a cura, a realização é o fim.
Desprezamos o processo.
Desprezamos tanto que sem perceber nos tornamos vulneráveis…
Principalmente na saúde.
Aqui, não tenho nem a intensão de falar sobre o tão falado sedentarismo.
A vulnerabilidade que mais me aflige é o desejo do imediatismo de uma cura.
A cura da dor por exemplo.
É claro que é horrível sentir dor
Pior ainda conviver com ela.
Mas, para muitos protagonistas, nós acompanhamos a dor em seu processo de recuperação.
Minha angustia está nessa busca imediata de uma potencial cura.
Na história recente do tratamento da dor nós lidamos mundialmente com um problema novo, causado pela necessidade de apagar qualquer sensação de dor. Pacientes com dor crônica são estudados e descritos em artigos científicos como dependentes químicos. Há inúmeras causas para explicar a vulnerabilidade do dependente químico, desde problemas psicossociais… e hoje em dia até o tratamento prescrito para a dor.
Cada país tem sua história,
No nosso pais com tanta discrepância social, econômica e educacional… diversas causas procuram explicar essa problemática.
Mas minha mensagem volta a sugerir que a sua dor seja colocada em uma balança,
Viver com dor, sofrer de dor não é normal e você tem direito a tratamento.
Porém, será que tratar essa dor seria apagar toda e qualquer sensação de dor?
Será que para tratar a dor, precisamos nos desconectar do mundo?
Nos desligar, não é tratamento.
Enfrentar, entender, desenvolver estratégias para mudar essa intensidade e incapacidade gerada pela dor.
Essa seria a bela história de nosso protagonismo.
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